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Os gregos nos deixaram um modelo de ensino que ainda estimula
as nossas discussões sobre ensino-aprendizagem e, de muitas formas, influencia
o nosso cotidiano. A partir de Platão e Aristóteles
temos as bases necessárias para a discussão filosófica sobre a educação, ou
seja, algumas questões pensadas por eles há muito tempo ainda servem para
pensarmos o papel da educação e sua relação com a sociedade como um todo. A
tentativa de qualificar o homem pela virtude no universo grego tinha como meta a
construção de homens capazes de viver numa sociedade boa e justa. Aristóteles foi o que mais influenciou
a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve
muito ao filósofo. Cabe à educação a formação do
caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as atitudes,
buscar o “justo meio”. A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo,
ou medida justa – “o que não é demais nem muito pouco”, nas palavras do
filósofo. Aristóteles defendia que a educação é
superior às leis e o circulo da ciência humana se concentra na educação. Para o
filósofo, a virtude deveria ser praticada para que o indivíduo se tornasse
virtuoso. Da escola de Aristóteles e da proximidade com os estudantes, percebemos
que na
escola atual também constata-se
que os resultados são mais efetivos quando o professor encurta a distância
entre ele e o aluno , ou seja, o aluno deve
confiar no professor e para
isso a relação
deve ser harmoniosa,
valorizando os laços
de amizade. Platão aponta uma perspectiva que ainda nutre a crença da educação
como promoção e qualificação do ser . Ou seja, uma coletividade justa e voltada
para o bem nasce de um processo em que os indivíduos são educados para a
construção da justiça. Platão acreditava que com a educação das pessoas seria
possível controlar certos instintos, como a ganância e a violência. Daí podemos
refletir sobre a educação que a escola proporciona. É preciso educar o
indivíduo para aumentar seus conhecimentos, mas é preciso
que essa educação
seja oferecida somada
à valores éticos
e morais. Platão foi o
primeiro a pensar
no ideal da escola pública. Baseado na idéia de que os cidadãos que têm
o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os melhores entre eles serão os
governantes, o filósofo defendia que toda educação era de responsabilidade
estatal - um princípio que só se difundiria no Ocidente muitos séculos depois.
As teorias de Platão e Aristóteles, ressaltando o emprego da educação pelo Estado como meio de preparar bons cidadãos, não exerceram, em sua época, grande influência na vida de Atenas. Ao contrário, dominava a dos sofistas, na qual a educação se destinava a atender aos interesses individuais. O individualismo daquele tempo não seria logo eliminado por uns poucos filósofos. O povo ouvia-os, mas seguia seus próprios interesses e exigia um tipo de educação que os tornasse mais felizes e lhes proporcionasse maiores êxitos. Viviam empolgados por visões de vitórias pessoais e pela felicidade de certas criaturas; de modo algum sentiam disposição para ouvir os filósofos que davam a entender que o êxito e a felicidade dependiam do bem-estar do grupo.
ResponderExcluirPorém, estes preceitos de Platão e Aristóteles foram sendo introduzidos na educação. Atualmente, procura-se formar cidadãos para a vida, para o exercício pleno da cidadania.
Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos os seres conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém. Por ter potencialidades múltiplas, o ser humano só será feliz e dará sua melhor contribuição ao mundo se desfrutar das condições necessárias para desenvolver o talento. A organização social e política, em geral, e a educação, em particular, têm a responsabilidade de fornecer essas condições.
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